Descobri que a vida mudou completamente depois de conhecer o Antonio Banderas. Exatamente um ano antes das torres gêmeas. Ainda bem, porque no dia 11 estávamos sobrevoando Nova York num helicóptero. Poderia estar rica ou morta.
Conhecer ídolos não era uma boa. Me veio à cabeça: Oba! Cinema em terceira dimensão! Cheguei bem pertinho, toquei, ele não se deu conta, enquanto isto só pensava: Baixinho!
Depois em Veneza, todos os mais caros estavam. Denzel, Woody, Nicole, toodddooos. E eu ali, com a credencial mais forte do festival, me senti meio colega. Dias estranhos. Perdi totalmente a inocência.
Situações limite:
No dia 11 de setembro de 2001 estava em Roma, dentro de um hospital, com minha irmã. Ligamos a TV a tempo de ver a segunda torre desabar. Jurei que era um filme.
Todo mundo falava que era um atentado ligado à religião. Fui pro terraço de casa com uma câmera esperar que os aviões acertassem o Vaticano. Como vocês devem saber eles não vieram...
Dezembro de 2002, passar 4 dias dentro do Cânion Fortaleza debaixo de temporal. A coisa mais difícil que já fiz na vida, em todos os sentidos. Achei que não fosse sair. Talvez um dia escreva sobre isto.
Abril de 2003, Amazônia - Conquista do Oeste. Aprendi mais em um mês do que na minha vida inteira. O Brasil tem tantas mentiras.
Acho estranho quando as pessoas se formam em jornalismo e todas querem ser repórteres Internacionais. Ou quando alguém canta porque quer ser famoso e idolatrado, ou quando joga pra ser rico.
O fim não justifica os meios. Os meios justificam as idéias, que justificam o caráter que justifica a pessoa que justifica a educação que justifica a formação que justifica........qualquer coisa justificável. A verdade é que nem tudo tem justificativa.
Hoje prefiro ver a vida com microscópio. As histórias mais interessantes são aquelas que estão do nosso lado, e que a gente ainda não viu.
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