sábado, fevereiro 17, 2007

modernismos

A moda deveria ser deixar o personal stylist de lado e contratar o personal meteorologist. Só eles podem fazer dissipar nuvenzinhas cinzentas da cabeça. Vou promover sorrisos sinceros a este posto.

Os sorrisos não precisam vir necessariamente de alguém do teu lado. É um posto democrático. A função não remunera em dinheiro, e tão pouco dá aposentadoria, aliás pelo contrário, quanto mais se trabalha mais tempo de carreira se tem. É um trabalho voluntário de grande valia.

Uma vez por semana pelo menos como frango assim:

Ingredientes
-Panela de ferro
-uma bandeja de filé de coxa e sobrecoxa
-Alecrim fresco
-sal

Se a panela não for de ferro, não faça a receita ok?

Modo de fazer:
Aqueça a panela de ferro com um pouco de óleo vegetal. Ponha no maior bico do fogão em fogo alto. O segredo é que a panela precisa estar super quente. Coloque os pedaços de frango com a parte interna (onde não tem pele) voltada para baixo. E esqueça...
O ponto certo é o estado meio torradinho, só então vire. Coloque o alecrim fresco sem o caule e o sal. Deixe mais um pouco.

Pronto! Por fora vai ter uma casquinha, por dentro suculento.

Li hoje que as pessoas deixaram de ter referências, não se interessam pelo passado e que a constante “evolução técnica” é um dos fatores mais importantes para que isto ocorra. Não confunda tradição com história.

O próprio jornalismo faz isto. O que aconteceu ontem é uma notícia tão descartável quando o hoje vai ser amanhã, Capicci? Memória curta.

E mais uma citação importante:
“Até que ponto passado e presente tem uma relação justa. De não estar nem muito próximo, super atual, nem distante. Exemplo, dentro do ônibus, a gente pode ficar muito próximo de alguém sem falar com ele. Essa é uma experiência nova nas sensações humanas. Você fica quase se defendendo de uma proximidade invasora. As pessoas começam a se tornar mais agressivas”.

Texto tirado da entrevista da filósofa Jeanne Marie Gagnebin.

Tudo isto pra explicar que a receita que passei foi a vó que ensinou, só adaptei. E que isto é uma forma de dividir sensações, de se tornar mais próxima, de não ser a estranha que está do seu lado no ônibus.

Ontem comecei a mudança de fuso horário para o carnaval. Fico espantada como os sentidos são mais rápidos que o racional. Dormi a tarde inteira sem planejar.

É inútil fugir dos sentidos, principalmente do sexto, de tentar se domar.

A fase de aprendizado vai durar a vida inteira.
Com amor.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

cinismo

Sensação dos deuses chegar em casa. Hoje precisei de um fio terra. Sempre tem uma alma bondosa que faz o servicinho.

Obrigada! Talvez o fio nem saiba que cumpre o papel, de repartir dores de dente, frustrações e alegrias. Boa safra de observadores da natureza humana. Esta é a mecânica da sobrevivência diante das limitações de cada um.

E têm caras que te dizem na lata: Não vai dar pra salvar. E a gente tem sempre que negociar:
Mas quem sabe...
pode ser...
mais uma vez...
outra...Foram duas vezes nesta semana.
A tentativa deveria vir antes da desistência.

Tem situações em que o silêncio é a melhor alternativa. Comecei a achar que isto era sinal de cinismo.

Não deixei de me importar, deixei de querer me fazer entender em todas as situações. É diferente.

Mas a conclusão foi que quando outra pessoa não tem condições, momentâneas ou não de te entender, tenta outra forma, tenta outro dia, releva, ou simplesmente sorri, baixa a cabeça ou pensa no Pequeno Príncipe que está tentando salvar sua rosa dos carneirinhos.

Os temíveis carneirinhos são malvados por ignorância dos fatos. Talvez se eles soubessem o que move o Pequeno príncipe, comessem grama e não rosas.

Ninguém é cínico na falta de informação, assim o são no conhecimento e negação. Portanto carneirinhos não são cínicos!

A reflexão não dói, apenas alimenta.
Pena que a rosa nunca tenha conhecido o que move o Pequeno Príncipe.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Uma volta, duas idas

Querido diário,
Sabe aquela hora que pedi ajuda? É porque estava difícil me agüentar. Acontece muitas vezes, passa tantas outras.

Desculpe se incomodei ou se fui banal, vou continuar sendo. Erro recorrente, mas não imperdoável.

Estou tentando recompor alguma coisa. E preciso fazer isto antes de dar o próximo passo. E existe coletivo no indivíduo, só não é tão óbvio. Pra isto converso contigo, não comigo.

Não foram os dias que trouxeram, é o que não foi resolvido pra lá... Vale a pena lembrar? Nem sempre é uma escolha. Vai acontecer de novo, e cada um vive na própria intensidade...

Um dia quero acertar. Quando acontecer, ainda assim vou carregar os erros. E mesmo que esteja na multidão, por mais que não queira, vão ser meus.

Mas também existem os acertos, e estes são o que tenho de melhor pra entregar a alguém que queira receber.

Enquanto estiver aqui, posso me perder pelas ruas sem precisar ser encontrada.

Se não for assim, que eu viva num universo sem ruas, mas com muitas esquinas capazes de indicar o caminho.

Mesmo que a casa não seja um lugar.

saguão das chegadas

Cibi,
As malas chegaram...a viva e a tua.
Estou com o pacote pequeno também. Veio tudo.
Ontem, te disse pra não acreditar em tudo que está no blog.
Não que seja mentira, é apenas uma fração do todo.

Fase libriana demais.
Parece duplo, mas não é. Só estou mergulhando em várias piscinas diferentes durante o dia. Hora numa, hora na outra...
E pra sair delas tenho de ir até o fundo. São pequenos exorcismos pra felicidade.

Enquanto não chegava o vôo fiquei me divertindo com as pessoas. Vendo as chegadas sorrisos e abraços. Quase perco a Joana. No Pen tocava Cirque du Soleil em homenagem ao João, que me ligou do Rio várias vezes hoje. Ele e toda a família, que agora é minha também.

Acho que estou na fase “tirei o nariz vermelho pra descansar”. Mas as sapatilhas continuam saltitantes.

Gostei demmmaiiss de falar contigo. Vou botar a mala onde os meninos não mexam.
Dorme bem.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

o poder da balança

Hoje me disseram que está difícil salvar a gêmea guria. Só pedi pra que tentassem mais. Tenho dificuldade em desistir. Não digo isto como se fosse qualidade. Porque existem situações em que não existe alternativa. Pra tudo na vida...

A gente constrói os caminhos, faz as opções e desenha o mapa. O meu é escrito em conjunto. Que me achem nos olhos de alguém. Mesmo que seja alguém que não me vê.

“Dou por ganho tudo que perdi.
Dou por vivido tudo que sonhei.
Dou por sonhado tudo que vivi.
Dou por recebido tudo que desejei.”

Hoje foi o pai que me ensinou este caminho. Dividir vai ser sempre a melhor situação para manter a sanidade emocional. Mas pra isto preciso enfrentar os medos.

Ninguém pode ser considerado corajoso por enfrentar o desconhecido. Corajoso é aquele que enfrenta o conhecido, que enfrenta seus medos. Que se despe das máscaras.

E isto não é um recado de alguém desorientado ou frágil.

Quem sabe...
Quem sabe um dia....
Quem sabe um dia a gente....
Quem sabe um dia a gente possa...
Quem sabe um dia a gente possa simplesmente...
Quem sabe um dia a gente possa simplesmente viver...
Quem sabe um dia a gente possa simplesmente viver para sempre...

Na minha história...

domingo, fevereiro 11, 2007

inspi..."rro"

Vou pegar o gancho da crônica da Monique, que escreve no lugar da Martha. A idéia é manjada. Coisas manjadas são importantes, principalmente quando são esquecidas: O contrário do amor não é o Ódio, e sim a indiferença. Então pensa na próxima vez que passar em branco ou que não disser. Agora vê se é esta a leitura que deve ser feita. Se for, só cabe aceitar, com pesar.

Não estava a fim de escrever. Na vida a edição é fundamental: De idéias, fatos, imagens, áudio, texto... Nada pode ser em exagero. Tem de ter um pouquinho de tudo.

Vários capítulos numa chatice médio depressiva afugentam leitores. Lembrei que escrevo pra mim, aí passei por uma construção aqui pertinho de casa.

Era um enorme terreno. Em 3 dias eles aterraram, plantaram árvores e grama e construíram um apartamento mobiliado, isto sem ter começado o edifício.
Hoje passei por ali e estão construindo o segundo apartamento pra servir como referência para quem estiver interessado em comprar o apartamento de fato.

Então as pessoas olham o tal apartamento, no terreno onde vai ser construído, e na verdade não existe nada. Nem começaram a fazer as fundações da construção. Só fachada. É como mostrar uma belíssima casa construída em terreno movediço.

Se isto parecer chato, vire a página, desista. Não posso fugir disto. Talvez tenha pulado algumas etapas em algum momento.

Obrigada pela inspiração. Só precisei ler o título. O resto vou descobrir agora.