quarta-feira, janeiro 23, 2008

Vou te contar. Ontem
18h30- casa, vendo as árvores balançar. Penso, ainda vai cair. Durmo.
20h reunião secreta. Secreta porque algumas reuniões simplesmente não existem. E qualquer coisa secreta dá um ar misterioso quando nada acontece.

23h reunião do descarrego. And, sempre que me convidarem, vou. Beber e falar da Ginamaria Hidalgo, entre outras coisas, é o máximo. Pela companhia.

1h30- volto. Ap nas escuras. Claro que a árvore caiu nos fios de alta tensão!!
O porteiro e sua lanterninha gentilmente sobem as escadas comigo, porque as luzes de emergência só funcionam com.....ELETRICIDADE!

Hoje.
7h10- acordo, um pãozinho totalmente integral e geléia de goiaba, pra não cair no power jump. Jornal, descubro que o Heath Ledger morreu. Será que a gente sabe quando é suficiente pra ir embora?

8h – passo uma hora pulando, redigindo textos mentalmente. O que escrevi em pensamento provavelmente não vai ser lembrado na frente do computador. Ficou uma frase: A teoria sobre reflexos do espelho côncavo ou convexo. Onde a gente passa a vida se procurando nos olhos de alguém que deforma transformando. Até que definitivamente se acredita. Quando o espelho quebra, morre a criação. Mortalidade. Assunto longo...

11h30 TV.
Pessoas desgovernadas. Descobrir o rumo é tentar todos os caminhos. Quando tudo não passa de loteria. Já quis ser artista plástica e trabalhar com o Maurício de Souza. Aos 10 anos tinha fixação por cavalos. Passava meses com papel e lápis na mão. Mas era pouco. Quis ser veterinária, até que o pai me fez assistir a autópsia de um boi. Aos 13, queria ganhar um Oscar. Um milhão de filmes depois achei que fazer publicidade poderia aprimorar meu conhecimento sobre as linguagens. Fui pra TV. Na época não existiam câmeras de vídeo acessíveis. Achei as coisas por aproximação. Um lugar que tivesse equipamento e dinheiro pra colocar minhas idéias em prática. Eliminando alternativas. Posso dizer que vagarosamente andei pra frente, sem recusar desafios.

1h ilha de edição. Acertos, erros, experiência. Tenho péssima memória, mas existe um back up bem guardadinho que me faz lembrar e não repetir alguns erros. Na profissão funciona. Depois das 18h, nem sempre.

14h. A rotina de trabalho quebrou, alguém em algum momento procede da forma errada. Não recuso desafios lembra? Determinação, pés pelas mãos, não enfrente um touro enfurecido sem que exista uma pequena possibilidade de vencê-lo. Porque o touro acredita.

17h. Pronto. Resta a resposta não dada. Como fazer entender que para escolher não é preciso conhecer todas as opções. O que funciona pra mim não é suficiente.

De concreto existem as apostas de tentativa e erro. Neste caso, a probabilidade está num chute não esquecido.

Talvez, fosse muito mais feliz como artista plástica ou veterinária, me permiti jogar e investir. Acertei mais do que errei. Os dons podem ser exercidos de diversas formas.

Me lembrei da Mariquinha, que nos devaneios que sobraram, parece achar tudo energia ao vento. Gasta as suas fazendo o sangue correr.

Então, melhor descobrir o que é fundamental. Aquilo pelo qual acordar todos os dias de manhã, pela primeira vez.

É uma arte.
E pela arte se tenta um milhão de vezes. Porque existe grande chance do caminho ser mais interessante que a chegada.

Música, Ginamaria Hidalgo: El Picaflor
http://ginamariahidalgo.com/es/index.asp


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