Deixei de acreditar em papai noel aos 5 anos.
Fui na sala e encontrei ele vestido de tio Luiz que estava vestido de papai noel.
Tio Luiz era um vizinho amigo.
-Oi tio Luiz, o senhor viu papai Noel?

Nesta noite ganhei a Lili, uma filhotinha de fox que era só minha. Primeiro presente de fato que não tinha sido herdada dos irmãos.

Nesta mesma noite pai noel morreu e passei a acreditar nas pessoas. Seu Luiz tinha saído de casa na noite de natal pra fazer feliz uma criança. Incrível, só hoje me dei conta, e seu Luiz nem deve existir mais. Ele não soube.

É assim, a gente morre ignorante dos outros.

Hoje aprendi que cogumelo é criado em tronco de árvore. E que tem gente pra sempre.

Estas pessoas estão certas, mesmo que não tenham a argumentação correta pra te fazer entender. Muitas pessoas estão erradas, mesmo que tenham o discurso fluente. A gente só cresce quando aprende a entender a intenção. Que ajuda, sem comparações, sem pensar, sem querer querendo.

Alguns deles passam desapercebidos, e assim vão ser. Sem história contada. Até que um dia a criança cresça sem sujeito e verbo. Ela é assim, meio capenga, e mesmo assim vai ser perfeita.

Beleza, vou acreditar em Papai Noel pra sempre. Afinal ele existe, em pele de gente, com o sorriso do tio Luiz dia 24 de dezembro.

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